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Falar da violência de forma generalizada faz isso parecer mais tolerável, ao invés de nos fazer refletir em como isso pode afetar as nossas vidas e aqueles que nos cercam, além da família, amigos ou vizinhos. É como se estivéssemos falando de uma guerra, por exemplo, que não ocorre em nosso país. Muitas vezes vemos isso como algo trágico, mas que está tão distante que não nos afeta.

No entanto, quando o campo de batalha é uma realidade de medo e dor constantes em nossa vida ou na vida daqueles que amamos, é preciso entender que a violência, se não for interrompida, invade cada área de nosso viver, deixando consequências dramáticas no curto, médio e longo prazos. Mudar essa realidade é algo vital e imprescindível.

O contexto em jogo

A violência é uma realidade sociocultural que não pode ser negada, e nem podemos ser indiferentes a ela. Podemos constatar a presença da violência em todos os momentos da História da Humanidade, e nos dias de hoje podemos ver como está presente em diversas áreas da nossa vida: na convivência social, nas decisões políticas, nos meios de comunicação, nos filmes, na música, nos esportes em campo e online, etc. A tudo isso podemos somar o crescimento do Estresse, que pode ser observado em escala mundial como resultado das exigências no estilo de vida, da competição profissional, da situação econômica, da luta pelo poder e pelo controle, enfim, estresse pela velocidade com que a sociedade atual passa por mudanças. Então devemos nos perguntar de que maneiras tudo isso está influenciando nossa vida e qual é o impacto em nossas relações e vínculos com outras pessoas.

É de se supor que dentro da nossa família encontramos um descanso das tensões, um alívio ao tomarmos conta uns dos outros e enfrentarmos juntos as etapas da vida com seus desafios, e cada membro da família se desenvolve enquanto acompanhamos e estimulamos o crescimento individual e em grupo.

Infelizmente, em muitos casos a realidade familiar é completamente oposta. Estatísticas mundiais constatam que uma grande porcentagem das mulheres que morrem assassinadas, tem como autores dos crimes os companheiros ou ex-companheiros. No âmbito da América Latina, a OPAS (Organização Panamericana da Saúde) declara que, por ano, cerca de 140 milhões de crianças e adolescentes sofrem violência física, sexual ou emocional.


De que estamos falando quando abordamos o tema violência familiar

Você sabia que existe maior probabilidade de uma mulher ser agredida em casa, por seu companheiro, do que por um estranho na rua?

Você sabia que existe maior risco de uma criança sofrer abuso sexual em sua casa, por um parente ou conhecido, do que por um estranho fora de casa?

Você sabia que a probabilidade de um idoso ser maltratado psicologicamente por um membro da família é maior do que a de isso acontecer fora de sua casa?

Talvez você seja muito ansioso e já quer saber como esse texto vai acabar. Não se apresse. Pode seguir com calma. Navegue atentamente por todo o conteúdo.

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Quando se fala de violência familiar, há uma relação de dominação destrutiva de um dos membros da família para com outro, com o objetivo de que o dominado obedeça e seja submisso. Em uma tentativa de controlar a pessoa, aquele que domina a vê como objeto para descarregar sua ira e frustração. O resultado? A pessoa dominada não se desenvolve, não tem autoestima, e sua individualidade e seu senso de justiça são anulados por uma desconsideração total de seus direitos, liberdades e capacidades. Tudo isso como uma consequência do abuso de poder, que pode ser exercido por ações concretas – como veremos a seguir, ou por repetidas omissões (negligência), produzindo severas consequências no campo físico e psíquico.

É importante entender que quando se violenta uma pessoa, de alguma forma, a pessoa que está violentando está agredindo a si mesmo. Por isso a mudança, a busca por uma experiência melhor nos relacionamentos é tão importante não só para quem é violentado, mas para quem age com violência.

Quando falamos de violência familiar, estamos falando de: violência contra a parceira ou parceiro, violência contra a ex-parceira ou ex-parceiro (porque nem sempre estão vivendo já sob o mesmo teto), violência contra adultos ou idosos (pais, avós, sogros ou sogras), e a violência contra as crianças e adolescentes. Ou seja, a violência pode ocorrer entre pessoas de uma mesma geração e também entre pessoas de gerações diferentes.

Como se manifesta a violência

Para explicar diferentes tipos de violência, precisamos classificá-las para que se possa compreender melhor cada uma delas. Mas é importante saber que todas elas têm um impacto extremamente danoso na esfera psíquica.

Falamos de violência física quando alguém faz uso de força com o próprio corpo (chutes, socos, pontapés…) ou com objetos (queimaduras, facadas, pedaços de madeira ou ferro, armas de fogo…).

violência sexual pode utilizar: violência física, ameaças, chantagem, manipulação, engano, tudo com o objetivo de conseguir o contato sexual, que não implica necessariamente no ato sexual em si, mas pode submeter a pessoa violentada à nudez, à pornografia, à masturbação (própria ou do agressor), ao toque das partes íntimas, e a toda ação que vá contra a vontade da pessoa (criança, adolescente ou adulto) e que gera humilhação, que degrada a pessoa deixando feridas dolorosas e nocivas, com resultados devastadores a curto e longo prazo. Claramente se enquadram aqui os casos de exploração sexual.

Muitas vezes é difícil identificar a violência psicológica, porque há uma tolerância ou falta de conscientização social e cultural sobre alguns aspectos. Outra dificuldade na identificação é porque não se demonstra tão facilmente a violência psicológica quando esta ocorre em um ambiente íntimo ou fechado. Este tipo de violência envolve ações como: palavras e gestos, gritos, manipulação, insultos, ofensas, ameaças e até restrição do espaço da pessoa. Todas estas ações causam danos à saúde mental e emocional da pessoa, deixando feridas e consequências que irão se manifestar de diferentes formas.

Estamos falando, por exemplo, de uma apropriação indevida de algo que não foi decidido em conjunto com a pessoa, deixando-a desamparada.

violência econômica ou patrimonial, muitas vezes, não é percebida ou tratada com importância, porque parece menos prejudicial do que as outras. No entanto, podemos defini-la como “qualquer ação ilegítima que implique danos à sobrevivência da vítima, e se manifesta através de perda, subtração, transformação, ocultamento, destruição ou retenção de qualquer bem, instrumento de trabalho, documento ou recurso econômico destinado à satisfação das necessidades da vítima”.

Estamos falando, por exemplo, de uma apropriação indevida de algo que não foi decidido em conjunto com a pessoa, deixando-a desamparada, sendo que ela teria o direito de possuir esse bem. Geralmente, esse tipo de violência se dá principalmente entre adultos (entre casais, ou de um pai ou mãe contra os avós). Mas, alguns casos se aplicam às crianças, quando os pais têm condições de suprir necessidades básicas específicas dos filhos, mas não o fazem por negligência ou para pressioná-los. É um exemplo bem típico de violência econômica.

…se não se coloca um limite, um ponto final, o comportamento violento se mantém ou piora, e a sensação de estar indefesa domina a pessoa violentada.

E a pessoa que violenta?

Algo que é muito importante saber e entender é que a violência não é transferida geneticamente, mas é, sim, um comportamento adquirido, aprendido. É um processo pelo qual a pessoa, sem encontrar formas responsáveis e saudáveis de comunicar-se ou resolver conflitos, exerce um abuso de poder através de distintas formas que, para ela, são legítimas.

Inúmeras investigações constatam que, quando as crianças são expostas repetidamente a um ou vários tipos de violência, como estas que já mencionamos, têm mais chances de aprender estes padrões de comportamento, que geram sequelas psíquicas similares aos efeitos de uma guerra. Isso se transmite de uma geração a outra, pelo exemplo violento, e faz com que muitas crianças reproduzam esse comportamento em sua juventude e, depois, na fase adulta da vida, em sua família.

Outra face desta realidade dramática é que, as crianças que aprendem a ser submissas e indefesas por medo ou por maus-tratos, serão afetadas negativamente em suas capacidades, em sua autoestima e visão que têm do mundo e das pessoas, ficando vulneráveis diante de um perfil agressivo ou áspero. Isso vai condicionar o desenvolvimento de sua capacidade de se relacionar no futuro e definir a forma como ela irá se relacionar.

Se falamos de desenvolvimento e aprendizado, podemos falar, também, de uma reeducação no sentido de recriar a história pessoal e trabalhar o relacionamento, respeitando ao outro, respeitando sua identidade, seu poder de decisão. É preciso criar um vínculo com decisões que sejam mútuas e livres, sem submissão de um ou outro, sem manipulações, ameaças ou castigos. Claro que esse processo leva muito tempo e demanda compromisso total da pessoa violenta. Principalmente, é um processo que precisa da orientação e acompanhamento de um profissional da área.

O mesmo vale para a pessoa que viveu um tempo prolongado de submissão a outra. Esta deve reaprender uma forma saudável de se vincular e relacionar, construir uma boa autoestima que permita recuperar seu valor pessoal, sua importância como pessoa, sua dignidade e seu amor próprio. Esta pessoa deve amar-se de uma maneira que lhe permita construir pontes nas relações baseadas em respeito mútuo, em cuidado, confiança e, especialmente, na liberdade e firmeza de estabelecer limites quando for necessário.

A violência deixa feridas muito profundas que, se não forem tratadas adequadamente, ficam abertas e expostas para sempre, levando a pessoa violentada a buscar um caminho que pode ser autodestrutível, que vai só adormecer a dor já vivida. O problema é que, se não se coloca um limite, um ponto final, o comportamento violento se mantém ou piora, e a sensação de estar indefesa domina a pessoa violentada.

Talvez você esteja passando por um momento difícil, por uma convivência difícil em sua família e, quem sabe, é um desafio acordar todos os dias e enfrentar a realidade que você tem pela frente. Queremos te animar a abrir o coração e falar com as pessoas de sua confiança. Com certeza toda a violência deve ser denunciada. Você pode procurar a Delegacia da Mulher, a Polícia Militar, ou simplesmente ligar para 180 e fazer a denúncia. É um grande passo, bastante difícil, mas definitivo.

Lembre-se:

  • Você não é culpada ou culpado da violência que sofre.
  • A pessoa que sofre violência não está sozinha.
  • Você não deve ter vergonha de pedir ajuda.
  • Procure os órgãos públicos, a segurança pública ou a justiça. Ligue 180. E se for uma emergência de violência, ligue diretamente para o 190.
  • Tenha um número de emergência em seu celular, para poder ligar e pedir ajuda rapidamente.
  • Compartilhe sua situação com alguém. Em caso de emergência, essa pessoa já saberá o que fazer se receber uma ligação sua com gritos ou ruídos.

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E O QUE MAIS?

Uma mensagem de esperança para você

Talvez esta seja a sua situação, ou tudo isso seja parte de seu passado recente. Talvez você conheça alguém que está passando por isso neste momento. O importante é que, em meio à dor, às incertezas, ao peso que se carrega e ao turbilhão de emoções, saiba que há um futuro com esperança, saiba que há opções.

Sabemos que não é fácil tomar a decisão de falar, de se abrir e pedir ajuda. É um passo que parece muito difícil, quase impossível na maioria das vezes. Mas é importante entender que ficar em silêncio só piora a situação.

Se você leu tudo e se identificou com estas situações, não tenha medo nem dúvidas de pedir ajuda. Fale com um amigo ou amiga, com um parente próximo de confiança, para que te acompanhem neste processo de decisão tão difícil, porém fundamental e necessário. Dessa forma você terá ajuda para quebrar o silêncio e denunciar a violência que tem sofrido.

Compartilhar.

Você está sofrendo?

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Mensagem para você

O teste a seguir foi preparado para ajudar você a avaliar seu sofrimento com relação à violência. São perguntas relacionadas à vida em família com uma pessoa violenta. Cada resposta tem uma pontuação. Após você responder a todas as perguntas queremos ajudar você a identificar qual o nível de violência que afeta a sua vida. Você pode avaliar os riscos dessa relação e buscar ajuda profissional ou, até mesmo, buscar as autoridades onde você mora e relatar o que está acontecendo.

Se há alguém violento em casa, essa pessoa controla o que você faz com o seu tempo? (quando visita um conhecido, ou passeia, ou vai e volta do trabalho, por exemplo).

A pessoa é muito crítica sobre as coisas do dia a dia? (reclama da comida, das suas roupas, da aparência...).

A pessoa desestimula você a fazer novas amizades?

O humor da pessoa muda radicalmente de calmo a agressivo, e depois volta a ser calmo?

Há muita discussão por assuntos financeiros?

A pessoa chega a fazer agressões físicas?

A pessoa é violenta com as crianças?

A pessoa é violenta com gente de fora da casa?

Quando contrariada, a pessoa atira objetos ou quebra coisas pela casa?

Você já sentiu vontade de buscar ajuda por causa de abusos físicos ou emocionais?

Violência moderada

A violência pode ser sentida no ambiente da casa mas ainda não há muitos episódios em que as coisas tenham saído de controle e não foi possível explicar os mal entendidos. Há muito que fazer e trabalhar no lar para estimular um ambiente de paz, de entendimento e de acordos. Não deixe de buscar ajuda profissional e de contar a alguém o que está acontecendo. Outras pessoas podem ajudar você a dar um passo no sentido de melhorar a situação. É muito importante sentir-se confiante para denunciar abusos e violência. Você gostaria de compartilhar sua história com alguém? Fale conosco e conte o que está acontecendo. Não se esqueça, as autoridades estão sempre prontas para receber denúncias de violência.

Abuso sério

A violência é repetitiva. Situações de abuso e tensão se repetem em casa e são cada vez mais constantes. Por favor, não se acostume a viver sob esta atmosfera de brigas e maus tratos. É hora de mudar as atitudes e reverter a situação. Não deixe que sua casa se torne uma prisão. Busque ajuda profissional ou as autoridades. Procure seus amigos, converse com alguém sobre isso para compartilhar o que está acontecendo. Vá atrás de ajuda! Se você sente que a violência está aumentando e há risco para você ou para outros que vivem com você, busque a ajuda da polícia. Ligue para 180 ou, se for emergência, ligue para 190. Uma decisão rápida pode evitar mais violência e sofrimento. Se quiser apenas conversar com alguém e se abrir, fale conosco. Queremos ouvir o que você tem a dizer sobre este caminho difícil.

Situação de perigo

É triste e difícil reconhecer, mas talvez você esteja enfrentando uma situação de violência constante. Talvez você até esteja se acostumando com isso, vivendo e levando a vida dessa maneira. Mas é tempo de mudar a situação, porque se a violência continuar, sua vida pode estar em risco. Procure as autoridades, ligue para o 180, veja se em sua cidade há algum órgão de proteção e defesa contra a violência. Conte para uma pessoa de sua confiança sobre o que está acontecendo, e deixe essa pessoa avisada que você irá ligar se houver algum tipo de violência, para que ela chame a polícia. Estamos aqui para te ouvir, queremos que você compartilhe a sua história, mas não deixe de buscar as autoridades, especialmente a polícia de sua cidade. Em caso de emergência ligue para o 190 rapidamente.

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