Guerra novamente

07/04/2022

Por: Antonio Schimpf – Pastor e professor de Teologia em Buenos Aires, Argentina.

Mais uma vez o mundo sofre por causa de uma guerra. Está muito distante, podemos dizer. Não me afeta diretamente, podemos pensar. Mas, gostemos ou não, uma invasão como a que a Ucrânia está sofrendo não nos deixa indiferentes. Em um mundo interconectado, por mais que tentemos bloquear as informações, imagens horríveis de destruição e sofrimento nos atingem. Se tivermos um pouco de empatia, o que vemos e ouvimos certamente nos abala. 

E o pior é a incerteza que um conflito armado gera em tudo. Você sabe quando começa, mas não quando termina. Muitas grandes guerras começaram como pequenos conflitos regionais, mas depois se espalharam pela geografia e pelo tempo, acabando com milhares ou milhões de vidas.

Além do mais, saber que a Rússia tem um arsenal nuclear tão poderoso, nos faz pensar que alguém, em um momento de loucura, pode apertar o botão errado. Então, além das preocupações cotidianas, temos mais uma: o risco de que a situação se agrave e se torne uma ameaça até mesmo para nós, que vivemos a esta distância.

O que os cristãos podemos fazer em tempos de guerra?

Todos somos convidados, em primeiro lugar, a elevar nossa voz a Deus para que os países envolvidos encontrem um caminho de diálogo e paz. A Ucrânia e a Rússia são países gêmeos e próximos. Talvez o próprio povo pressione seus líderes para acabar com a guerra e buscar acordos e paz.

Além de orar, temos a oportunidade de refletir sobre os dramas de nossa natureza humana decaída: conflitos e diferenças fazem parte de nossa realidade cotidiana. 

Devemos aprender e praticar a tolerância, o perdão, a empatia, o diálogo, conviver com a diferença e construir pontes com humildade. Finalmente, é hora de substituir o medo e a angústia pela confiança no único Deus que nos proporciona o caminho de paz por meio de seu Filho Jesus Cristo.

O profeta Isaías antecipa este tempo maravilhoso de paz, quando diz: “Deus será o juiz das nações, decidirá questões entre muitos povos. Eles transformarão as suas espadas em arados e as suas lanças, em foices. Nunca mais as nações farão guerra, nem se prepararão para batalhas” (Is 2.4).

E o próprio Isaías, antecipando a vinda de Jesus Cristo, descreve tão maravilhosamente: “Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de “Conselheiro Maravilhoso”, “Deus Poderoso”, “Pai Eterno”, “Príncipe da Paz” (Is 9:6). Com Jesus, a paz começa dentro de nós. Com Jesus, a paz transcende e se estende ao nosso pequeno mundo de relacionamentos.

Com Jesus, a paz perdura em meio a ataques e conflitos. Com Jesus, a paz eterna e definitiva é antecipada e pode ser vivida aqui e agora.

Conheça nosso conteúdo sobre “Aprendendo não só com os erros”

 

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